sexta-feira, 24 de abril de 2009

Roedores de Livros rides again!!!

Manhã de sábado, 18 de abril de 2009. Vocês não sabem o caminho tortuoso, íngreme e pedregoso que precisamos atravessar para, enfim, reencontrar as crianças da Ceilândia, neste dia, estreia do projeto em 2009. Mas foi ÓTIMO, com crianças e adultos saudosos para todos os lados. Sempre vale a pena. Quando eu e o Tino chegamos à Creche Comunitária da Criança a "toca" ja havia sido montada por Edna e pelos monitores. As crianças esperavam ansiosamente - assim como nós - pelo reencontro.

Ainda era um grupo pequeno, mas estamos certos que - sabendo da retomada das atividades - outras crianças aparecerão nas próximas semanas. De início, conversamos sobre as "férias", seus motivos, perguntamos sobre as leituras de cada um, o Tino pegou o violão, cantamos algumas músicas e pronto... foi dada a largada para o projeto Roedores de Livros 2009. Com algumas mudanças forçadas, outras muito bem pensadas, mas - principalmente - com a certeza de trazermos o livro e o prazer em conhecer suas histórias, para o cotidiano daquelas crianças.

A mediação começou com um livro que completou 40 anos de sua publicação em março passado: The Very Hungry Caterpillar (A Lagarta Faminta) de Eric Carle - um clássico mundial da literatura infantil. Tino queria MUITO contar esssa história para as crianças. Levamos a edição em Pop Up. A tradução foi feita em casa e lida para as crianças. Vocês podem ver nas fotos acima os olhares colados no livro. Quando a história terminou, surgiram aplausos espontâneos. Aproveitamos para falar sobre como o Eric Carle cria as suas ilustrações (Tino deve escrever sobre este livro em breve - aguardem).

Depois, foi a hora de trazer a nossa "BIBLIOTECAIXA" para o centro das atenções. O fato é que por motivo de força maior, perdemos a sala onde guardávamos os livros. Tivemos que recolher o acervo. A solução enconrada foi selecionarmos 60 livros por semana (do acervo do projeto), levá-los numa caixa e apresentarmos os livros para as crianças lendo um trecho de cada um, ou contando sobre o que trata a história. No meio da apresentação dos livros - quando eu falava que BRINQUEDOS (André Neves, Mundo Mirim) era um livro sem texto, uma das crianças perguntou: - Como é que a gente lê um livro sem texto? Foi a deixa para que - enquanto eu mostrava as ilustrações do livro - eles fizessem a leitura coletiva. Foi EMOCIONANTE (foto acima).

Outro sucesso da caixa foi a série Quem Tem Medo De... (Ruth Rocha, com ilustrações de Mariana Masarani, Global). As crianças se engraçaram com o texto e com as imagens. Elas foram se chegando, se chegando e de repente, estavam todas grudadas nos livros.

Livros apresentados, hora de liberar a "CAIXOTECA" (ainda não decidimos o nome) para a turma. Foi um alvoroço. Livros e leitores esparramados no tapete vermelho dos Roedores de Livros. Os menores pedindo para os maiores fazerem a leitura e um burburinho de fantasia dominando o ar. Esta é a hora em que eles parecem mais felizes pois o livro é da sua escolha, cada um com a sua história, que muitas vezes, ao final do tempo de leitura, é compartilhada com o amigo, com o irmão... muitas vezes conosco.
Por fim, hora de abrir o presente. Ah, eu não falei dele até agora. Mas em março, chegou uma caixa de sedex na toca dos Roedores de Livros, vinda de Porto Alegre. O remetente: Hermes Bernardi Jr. O conteúdo: 01 quilo de Lilliput de Sorvete e Chocolate, livro que guarda a história que nos encantou na encantadora performance do autor na FLIPIRI no início deste ano.

Hermes mandou um livro para cada criança. Elas não esperavam por tamanha generosidade. Foram tomados de uma alegria espontânea e contagiante. De repente, a pergunta: - O que é Lilliput? E lá foi o Tino explicar que no livro As Viagens de Gulliver (Jonathan Swift) há uma ilha com este nome, cheia de pequenos habitantes em que a personagem rincipal vai parar após um naufrágio. Hermes faz uma estreita ligação entre os habitantes da ilha e o que acontece na sua história. Bem, ficou acertado que todo mundo iria ler seu presente durante a semana. E nós ficamos com o desejo de que um dia - não custa sonhar - Hermes possa conhecer nossos pequenos leitores e contagiá-los com suas histórias pesoalmente.

Depois do fim daquela manhã, hora de por em prática uma nova idéia. Convidei os quatro monitores (Daniel, Samanta, Wesley e Layane) para formarmos um Clube de Leitura. Passei a "tarefa de casa" e a prática deve começar no próximo sábado. Boas novas vêm aí.

UFA! O dia foi intenso. Estamos de volta! Estamos felizes!! Roedores de Livros rides again!!! Hatuna Matata.

4 comentários:

Fátima Campilho disse...

Meus queridos,
Fiquei feliz também!
Preciso ler Lilliput!
Não conheço o livro do Eric Carle. Tem em Português?
Beijos

Lígia Pin disse...

Nossa! Eu estou sinceramente emocionada!
Um beijo pra vocês e toda sote do mundo para este 2009!
;o)

H disse...

Bem, pra começar, o livro Brinquedos do André é uma maravilha. Tive a feliz experiência de presentar minha sobrinha (quando tinha ela apenas 9anos, hoje tem 14) e para minha surpresa ela construiu a narrativa oral até se deparar com a cena do lixão e me perguntar "Tio, que lugar é esse? As crianças vão ficar doentes no lixo, não é, tio?." Na época, minha sobrinha morava no Morumbi, em Sampa, e não tinha noção de que crianças viviam do lixo que ela mesma produzia. Até hoje ela guarda o livro e de vez em quando faz referência a ele.

Quanto ao presente, adorei ver as crianças com Lilliput na mão! E se há um pouco de generosidade em minha atitude, é reflexo da generosidade de vocês, roedores, que muito fazem por esta crianças. Agora, é esperar que em junho desembarco em Brasília e com certeza irei visitá-los para contar histórias. Mas estou curioso. Será que alguns dos meninos já se sentiram lilliputizado como o personagem da história lambuzada de sorvete e chocolate?

beijo enorme, queridos roedores e, parabéns pelo lindo trabalho que vocês realizam aí nestes pagos. Não dói nada colaborar.

Hermes

Dione disse...

Oi gente, adorei o projeto. Lindo trabalho! Trabalho com crianças brasileiras aqui em Boston e traduzi o livro a "Lagarta esformiada" para as crianças entederem melhor, mas nao gostei muito da minha própria tradução. Voces gostariam de trocar idéias? Tenho um jogo de tabuleiro baseado no livro e os objetos que aparecem no livro feitos em tecido para trabalhar com as crianças. Posso ajudar em alguma coisa?
Dione