Mostrando postagens com marcador André Neves. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador André Neves. Mostrar todas as postagens

domingo, 26 de setembro de 2010

Obax na primavera em Brasília

"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la" (Cecília Meireles).

E a estação das flores chegou, enfim. No meio de um calor sufocante, uma secura absurda no ar e uma vontade aguda de mergulhar no mar. ANDRÉ NEVES chegou a Brasília um dia antes da primavera chegar, em 22 de setembro. Ouso dizer que foi ele quem a trouxe, junto com Obax, personagem-título de um dos seus três livros lançados em 2010 - os outros são Margarida (Abacatte) e Lino (Callis).

André veio participar do FEST LIVRO, um evento promovido pelo INDI (Instituto Natural de Desenvolvimento Infantil), que tem um jeito todo especial de lidar com crianças e livros durante TODO O ANO, culminando com a festa que acontece há 26 anos no segundo semestre. A escola estava completamente decorada com motivos referentes aos livros de André e de Hermes Bernardi Jr (que participa da festa na semana que vem). O menino que saltita no coração do artista pernambucano arregalou os olhos e o sorriso em meio a tanta beleza, como a da árvore chiea de flores da primeira foto desse post.

O evento, capitaneado por LIA COSTA e sua equipe, é voltado para pais, filhos e educadores da escola, mas este ano abriram espaço para o público em geral num dia concorrido voltado para uma bate papo com o escritor e ilustrador pernambucano.

Nesse encontro, André falou do seu momento enquanto escritor, dos artistas que o influenciaram e influenciam, dos livros que não tem pressa de encontrar uma editora, embora já estejam "prontos" e da inquietude que o provoca a escrever e ilustrar. Falou de tantas outras coisas mais (e-book, mercado editorial, etc) que a noite ficou pequena para a lua cheia que se agigantava no céu, curiosa.

Nos outros dias (André ficou até ontem em terras candangas) ele se dedicou a conversar com os alunos e educadores do INDI, numa maratona exaustiva, porém confortante, segundo ele, pois gostou da conversa que teve com todos, inclusive com os adolescentes. Sua obra foi lida, percebida e discutida por todos.

Na noite de sexta, a culminância do projeto se deu com a homenagem que o INDI preparou para o artista. Casa cheia, pais, alunos, escritores e ilustradores de Brasília, muita gente mesmo, para assistir aos alunos cantarem a música que o professor de música da escola, FELIPE RODRIGUES, compôs a partir da leitura de LINO. Gente, foi EMOCIONANTE. A música é linda, falando das emoções do personagem do livro com uma força que há muito eu não via em canções acerca do universo infantil. Uma beleza ímpar. Chorei os litros de água que havia bebido naquele dia, e acho ainda que chorei outras mágoas que estavam guardadas. Desidratei de emoção.

Por fim, fica a qui o registro de um trabalho muito bem feito entre a escola, a família e o escritor. Seria muito bom se fosse dessa forma na maioria das vezes em todas as escolas. Mas não o é. Posso afirmar. Então, deixo aqui minha exultação ao INDI, à JULIA, à LIA (que arrebentou mais uma vez) e a toda a equipe que trabalhou exaustivamente para que tudo acontecesse a contento. Obrigado, ANDRÉ, por partilhar do seu carinho conosco. Foi demais!

Ao final, uma chuva de flores caiu do céu da minha imaginação. E seu perfume permanece ainda aqui, agora. É a primavera que André e Obax oferecem a todos nós. Hatuna Matata!!!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

André Neve em Brasília

Na 26ª edição do FEST LIVRO, a equipe do INDI (Instituto Natural de Desenvolvimento Infantil) preparou duas semanas de intensa programação para seus alunos, a família e também para a comunidade. A programação aberta começa nessa quarta, 22, com um encontro com o escritor e ilustrador ANDRÉ NEVES que conversará sobre o seu olhar sobre a Literatura Infantil contemporânea e apresentará seus novos livros: OBAX, MARGARIDA e LINO. O encontro é gratuito, e imperdível, mas é limitada à lotação do espaço e é preciso fazer a inscrição pelo telefone (61) 35773935. Os Roedores de Livros estarão presentes e recomendam a todos os que se interessam pela Literatura Infantil. Semana que vem a escola recebe o escritor e ilustrador HERMES BERNARDI JR. Mas isso a gente conta depois.

domingo, 12 de setembro de 2010

Mostra DO TRAÇO À TRAÇA - Roedores de Livros na Livraria Cultura.

Olá, pessoal. Mais um convite para quem está em Brasília:

A Mostra DO TRAÇO À TRAÇA - ILUSTRADORES CRIAM ROEDORES DE LIVROS está exposta no mezanino da LIVRARIA CULTURA (Casapark - Brasília) e por lá ficará até o dia 19 de setembro. São 11 painéis com trabalhos dos artistas ANDRÉ NEVES, BIRY SARKIS, EVA FURNARI, GONZALO CÁRCAMO, HEMETERIO, IVAN ZIGG, JO OLIVEIRA, LAURA CASTILHOS, MARCIA SZELIGA, MARIANA MASSARANI e OHI. Em comum, a ideia que deixamos no ar: criem seus Roedores de Livros! A partir daí, cada um desenvolveu sua ideia e nos presenteou com sua arte. Dos trabalhos apresentados, 8 são originais e 3 foram enviados por email e digitalizados para compor o acervo. Cada trabalho tem uma historinha bem particular, mas isso a gente conta depois.

Para quem não pode ir até a livraria, deixo o clipe abaixo para uma visita diferente. Ao final da mostra, apresentremos aqui no blog uma versão virtual do material exposto. Desde já, obrigado a todos que colaboram sempre conosco com o que tem de melhor (apoio moral, livros, ilustrações e outras cosítas). É esse espírito coletivo que nos fortalece e contagia a seguir em frente. Hatuna Matata!!!


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Um jogo em que todo mundo ganha.

A manhã de 24 de julho foi mais um dia igual ao outros no Roedores de Livros. Um sábado diferente como acontece a cada edição do projeto. Igual, mas diferente. Explico: música, livros e arte estão no núcleo do que acreditamos ser o motor principal do que fazemos e está vinculado ao que sempre acontece em nossa toca. Por isso tudo é tão igual. Diferente são as reaçoes diversas que registramos (com os olhos, com a máquina fotográfica, com a pele, com todos os sentidos) a cada livro lido. E foi assim naquela manhã.

Depois de tocar para as crianças, o Tino assumiu a mediação enquanto eu e Edna trabalhávamos no registro dos novos livros que desembarcaram no projeto: alguns vindos do Rio de Janeiro através da doação de escritores e editoras, outros que nós garimpamos nos sebos por aí; e por fim, os que nos chegam doados por amigos.

Naquele dia separamos alguns livros como ATÉ AS PRINCESAS SOLTAM PUM (Ilan Brenman, il Ionit Zilbermann, Brinque Book) e OS TRÊS LADRÕES (Tomi Ungerer, Global), entre outros. Todos ganharam a atenção - e sorrisos - das crianças. Mas foi com OBAX (André Neves, Brinque Book), a menina inventadeira de histórias, que percebemos o envolvimento maior das crianças. Não seria uma surpresa dizer a vocês que as ilustrações ganharam o olhar dos miúdos, afinal um livro do André Neves sempre causa um impacto na retina. Algo como se, de repente, a gente corresse numa chuva de bolhas de sabão.

Mas, além dos desenho, do projeto gráfico, o enredo também foi fisgando o interesse das crianças, que foram se chegando, se chegando, encurtando a distância entre o Tino, o livro e a turma. Dessa vez, tá tudo registrado. Note que nas três últimas fotos acima, tiradas em sequência, o Vinícius (de blusa preta) parece hipnitizado, com os olhos seguindo o livro e quase ficando de pé de tanta ansiedade para descobrir o desenrolar. Perceba também que o Vitor (blusa verde) só aparece no campo da máquina na terceira foto. É que ele - a exemplo de todos ali - não resisitu e "entrou" na história. Ponto para André. Ponto para as crianças. Esse é um jogo em que todos ganham quando os times estão em sintonia.

Ao final, sugeri uma atividade simples e bem divertida, que surpreendeu as crianças. Consiste em dobrar uma folha ao meio na vertical, escrever cada um o seu nome bem grande numa das metades e com a folha dobrada, recortá-la contornando o nome. Ao abrir a folha, observando o lado "em branco", nota-se que cada nome tem uma forma diferente. Cabe a cada um descobrir que forma é essa. De lá sai cada "coisa"... que tal você tentar por aí também!!! Hatuna Matata!!!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mais uma flor no jardim de André Neves

Quando conheci a história de Obax, em novembro de 2008, ela me tomou os ouvidos. Era puro texto. Sem desenhos. Sem as cores no papel. E já me encantara. A menina inventadeira de causos me remetia a uma infância cheia de fantasia, onde bastavam batatas e palitos para começar uma brincadeira. Hoje, se formos pensar a sério, quase não há tempo para isso. A TV entrega tudo pronto, formatado. É a fantasia de um a serviço da preguiça criativa dos outros. Mas voltemos ao assunto principal: novo livro de André Neves.

Passado um tempo, menina Obax - que me encantara meses atrás - ganhou uma editora, cores, formas e, mesmo assim, continuou me espetando a fantasia. É o tal do traço mágico de André Neves que retrata deixando espaços pra gente criar. E criar é verbo que domina a história da personagem africana, desacreditada pelas crianças e adultos de sua pequena aldeia quando disse ter visto cair do céu uma chuva de flores.

Ofendida, a pequena que já havia caçado ovos de avestruz, corrido com os antílopes e enfrentado crocodilos, sai pelo mundo em busca de uma prova da sua chuva de flores – afinal, naquela savana, mal chovia água. No caminho, encontra Nafisa, um elefante que a ajuda na sua viagem. O novo amigo, ainda por cima, seria testemunha de tudo que viesse a acontecer. Obax não estaria só.

Daí pra frente o enredo fica ainda mais rico. E cheio de surpresas. Surpresas até para mim, que já conhecia a história, mas fui redescobrí-la nas ilustrações de André, cheias de referências às cores e estampas (repare nos vestidos) vistas nas aldeias mais isoladas dos grandes centros africanos. Com um olhar mais atento, é possível encontrar peças de artesanato, utensílios domésticos e até uma tromba de elefante no abraço carinhoso da mãe do Obax (não sei se André a criou ou se foi minha imaginação).

Por fim, as flores. Ah, as flores de André. Dá para sentir o perfume de longe. E a primavera chegou com todo seu colorido no meio da secura desse Planalto Central assim que descobri o livro ontem à noite na estante da livraria. Não resisti e trouxe Obax para casa, onde a rego com o meu olhar e ela me responde florindo aqui na mesa ao lado do computador, soprando histórias e me deixando ainda mais apaixonado pela África.

No início do livro – publicado pela Brinque Book – André Neves escreve que “Quando o sol acorda no céu das savanas, uma luz fina se espalha sobre a vegetação escura e rasteira. O dia aquece, enquanto os homens lavram a terra e as mulheres cuidam dos afazeres domésticos e das crianças. Ao anoitecer, tudo volta a se encher de vazio, e o silêncio negro se transforma num ótimo companheiro para compartilhar boas histórias”.

Obax é também um ótimo companheiro. Se você o encontrar por aí, não hesite. Descubra as histórias que ele guarda em suas páginas e se emocione com o texto e o traço de André Neves. Hatuna Matata.

P.S. A quarta imagem, é o registro de André Neves contando a história de Obax para crianças numa escola em Pirenópolis, interior de Goiás.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A ilustração nos detalhes

Essa semana recebemos uma newsletter da Cosac & Naify falando do livro O SEGREDO DO COELHO (John A. Rowe) e ficamos curiosos com o jogo proposto pelo ilustrador. Não encontrei o livro nas livrarias - ainda - mas fiquei curioso sobre o livro e aí, encontrei um texto muito bacana da jornalista CRISTIANE ROGÉRIO, jornalista da Revista Crescer intitulado A ILUSTRAÇÃO NOS DETALHES e - BINGO! - lá estava ela citando o livro CADÊ O JUÍZO DO MENINO? (texto meu, com ilustras da MARIANA MASSARANI, Manati), traçando um paralelo com a brincadeira que o novo livro da Cosac também apresenta como um convite ao leitor para algo mais além do texto:

"Adoro contos em que a brincadeira é procurar algo nas ilustrações. Ano passado, o jornalista Tino Freitas estreou na literatura infantil com o Cadê o Juízo do Menino? (Ed. Manati) e uma série de versos rimados que brincam com a frase "ei, perdeu um parafuso" ou "perdeu o juízo". O leitor já está em puro deleite quando, no final, o escritor coloca um desafio: voltar ao início do livro e encontrar parafusos nas sempre divertidas ilustrações de Mariana Massarani. Minha sobrinha, Letícia, não acreditava: parecia uma emoção incrível. E lá ia ela, com o dedinho apontando a brincadeira." (Leia AQUI o texto completo).


Ainda não escrevemos sobre a FLIPIRI (Festa Literária de Pirenópolis) - que aconteceu mês passado - por falta de tempo, mas não posso deixar de aproveitar o gancho e dizer da honra que foi ter o querido autor/ilustrador ANDRÉ NEVES usando nosso livro na sua palestra para professores, citando-o como exemplo de um diálogo perfeito entre texto e ilustração, em que a ideia do escritor extrapola os limites do texto e pousa na "pena" do ilustrador para encantar o leitor mesmo depois que a história acaba. Na verdade, a história não acaba no fim. E é mérito da Mariana Massarani ter brincado comigo na construção deste livro tão querido. Então, obrigado Cristiane, obrigado André e obrigado Mariana. Seguimos juntos desparafusando boas ideias.

P.S. E, sim, assim que eu encontrar o Vovô Coelho de Rowe vou trazê-lo para a toca dos Roedores de Livros.

Feliz Páscoa a todos! Hatuna Matata!!!